dezembro 21, 2007

: Quem são os gays? (2) :

Gays / Homosexuais / Bis / Heteros Curiosos = são tudo definições diferentes, mas semelhantes numa coisa: gostam todos de sexo entre eles, eles homens. Como é isso feito? Como é isso vivido? Como é este mundo?

È assim na generalidade:

Medo – Frustação – Mentira
Medo da Exposição – Negação do sentimento
Procura do Físico – Alienação do Mental
Rapidez – Desejo Carnal – Intensidade
Imposição – Pressão Social – Família
Fuga – Esquecimento – Busca de um outro “Eu”
Insatisfação


O medo é geral. Dos gays, dos bis, de todos: dos que procuram alguém, e medo de quem pode ser esse alguém. Não há referências, raramente se encontra alguém no nosso meio de vivência diária. Tem que existir uma busca: nos bares, na net, em outros espaços…e quem se encontra, é quem diz ser que é?

“Será realmente a primeira vez que aquele faz aquilo ou é mais “rodado”? E as doenças? Será que vai manter contacto, ou vai procurar outro? Será que é mesmo solteiro, ou marido e pai?”
“Ele parece interessante, mas quem é? Parece perfeito, mas só o conheço à 2 semanas e já namoramos?”


A frustação. Por afinal o que parece ser não é. Não existem referências, so existe o risco – é acreditar em tudo o que nos é dito e esperar que não seja, como quase sempre, mentira. Todos jogam á defesa, todos protegem o seu mundo real e todos tem medo da exposição de quem realmente são aqueles a quem não se podem expor.

“Ele nunca disse mais nada…não terá gostado de mim? De estar comigo? Porque o telemóvel não dá?”
“Afinal o namoro durou 2 meses…ele traiu-me e já anda com outro. Nunca mais acredito em ninguém…”


Negam o sentimento…esquecem quem são, a alienam o lado mental e tentam justificar tudo como sendo meramente uma procura do físico, porque o desejo da carne é mais forte.

Eles passeiam com a mulher na praia, mas reparam é das pernas do marido do casal amigo. O que ele queria era mais intimidade com ele, e sabe que também é olhado…é o jogo do rato e do gato…aproximam e fogem…se calhar são ambos mesmo aquilo que ambos pensam ser um do outro…mas ali não, naquele contexto não! Não podem…mas podem fora dele. Cada um faz buscas nocturnas, e um dia ainda se encontram numa estação de serviço.

Com o amigo não podem, mas podem com um estranho, que sabem que não vão voltar a ver e que não os vai fazer lembrar daquilo que fizeram. Tem que ser rápido e intenso…tem que ser anónimo…com alguém encontrado em área de engate para sexo no carro, num motel ou num sítio improvisado. Ou então, para os mais corajosos, vão ao sítio onde todos dão a cara pelo mesmo: uma sauna. Onde o pretexto da saúde dá lugar a um antro de promiscuidade. Não conversam, não é isso que querem. Escolhem o produto da prateleira do supermercado…fazem um sinal e pronto. Está tudo preparado para frustados e não só. Gente de todo o tipo lá está, uns por curiosidade, outros por rotina, mas todos no fundo sabem o que lá encontram.

E de quem é a culpa disto? Porque não podem os relacionamentos entre homens serem apenas relacionamentos normais? Por culpa da sociedade, das tradições, dos valores da treta que se mantêm aos quais as pessoas seguem de forma irracional como que um cãozinho atrás do osso. A sociedade está cheio de gente pobre, pobre de espírito…gentinha, que vive das novelas e dos filmes de “entretem pamonhas”, da fantasia, do mundinho cor de rosa; é esta gentinha que domina, é esta a espécie maior em número. São as tendências deste povinho que inpões as regras e os gostos, que faz a pressão social e que não permite que as minorias apareçam. È a pressão social, em prol dos valores sociais e da família
Para a mãezinha não interessa que o filho saia de casa e se torne numa pessoa culta, viajada…interessa é que fique em casa a ver filmes de futebol com os irmãos e os primos e se torne um parolo de primeira. A filhinha fica bonitinha a ver novelas, não é a estudar nem a visitar um museu…os morangos com açúcar não ensinam muito com as personagens gays pelos vistos…mas a mãezinha gosta dela assim. Burra, fútil e grávida aos 18, casada com um trolha que a sustente e que a tire de casa, ainda com o secundário por fazer.

Está-se sempre numa constante fuga, onde se entra no esquecimento, onde se guarda no fundo do ser aquilo que se faz e que nunca se terá coragem de revelar alguém que se fez. Busca-se um outro eu: perante a sociedade cria-se uma imagem não de acordo com o que queremos, mas de acordo com o que queremos parecer ser.

Depois é isto: gente frustrada, cheia de insatisfação.

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